quinta-feira, 27 de maio de 2010







Dica 15
Série.: Lost – Conclusões e Respostas
Criadores.: JJ Abrams, Damon Lindelof


Comentário .:
Bom, passado a emoção e analisando friamente, confirmo o que senti logo que terminei de ver o episódio final. Tudo o que houve ali, foi uma sequência ,uma evolução daqueles “espíritos”, “ectoplasmas”, “almas”, chame como quiser. Os roteiristas deixam isso bem claro nos diálogos : Christian-Jack (na igreja), Desmond-Jack (na entrada da gruta) e Locke-Jack (no hospital), não é coincidência que o esclarecimento tenha sido com o Jack ,em particular, assim como, os fãs mais revoltados...rss, Jack era o mais resistente a aceitar a morte, seu perfil ,aliás, nos mostra isso, a eterna vontade de querer acertar, a ânsia por uma segunda chance, uma redenção que nunca chegava. Não por acaso, isso é muito claro pra mim, ele foi escolhido para personificar todo aquele drama daqueles seres, pois era o que sofria mais com aquela triste(?) realidade, eles tentaram nos dizer (os roteiristas) que a morte, tão temida por todos ali pode ser um começo.


E a ilha? E a Dharma? E o Jacob? E o Black Smoke?


Parafraseando Matrix : “Não há colher, Não há ilha...”


Nunca houve ilha nenhuma, nunca houve avião nenhum, nunca houve realidade paralela,muito menos o flashforward, Jacob e Black Smoke eram prisioneiros e bem menos evoluídos que os Ocean Six, dois seres malignos que se alimentavam, da angústia e dor daqueles que oprimiam, todos que habitavam aquele nível de consciência eram perdidos se apegando à qualquer realidade que negasse o seu fim (a morte).
Somente existiam níveis de consciência e evolução até a iluminação , não por acaso, representada pela chegada à uma Igreja (bingo!)e o caixão vazio mostra que toda aquela idéia de “buscar o meu pai que morreu na Austrália”, nunca existiu.
Antes que comecem a levar a questão a uma discussão religiosa, o que estou dizendo é como eu vejo a intenção dos roteiristas que se utilizaram de uma série de simbologias e indicações de como gostariam que a série terminasse, se foi bom ou não, depende da expectativa de cada um, eu gostei, por ser coerente e pela inteligência, levar tudo aquilo ao nível espiritual acaba por deixar tudo elucidado de forma rápida e simples. Explica por exemplo, o porquê de estarem sempre se reencontrando, para mim eles já vinham nessa busca bem antes do avião cair.Além do que remete ao começo, essa teoria é a mãe de todas as teorias, a primeira e...agora vemos, única.
p.s. R.I.P Dudes ( Pessoal, eu não sou espírita não viu, só pra constar...rs)

quarta-feira, 26 de maio de 2010







Dica 14
Série.: Lost
Criadores.: JJ Abrams, Damon Lindelof


Comentário .:


Desde o início acompanhei Lost e me apaixonei pela série e a forma como me envolvia e me deixava perplexo. No começo com uma excitação avassaladora que arrefeceu com o tempo, mas que nunca deixou de existir. E assim foram por seis anos, esperando,aguardando desfechos, confabulando mensagens subliminares, pensando em possibilidades, avaliando, teorizando...
Agora, tudo acabou (ou começou?). E o que fica, do fundo do meu coração é uma sincera gratidão e a certeza que valeu muito à pena acompanhar todos os episódios, esperar por eles ansiosamente e não desistir como muitos fizeram.
Não fica dúvida, não fica mágoa, só admiração, só saudade. Sempre disse que só gostaria que a série terminasse de forma digna, que tratasse os seus fãs verdadeiros (tem muita gente que assiste só por modismo ou por achar se tratar de algo intelectualmente superior, o que é grande bobagem) com respeito e justiça.
O que os criadores fizeram foi muito mais que isso , eles elaboraram um final carinhoso, uma verdadeira declaração de amor aos fiéis seguidores. Não lembro de uma conjunção tão perfeita de roteiro, interpretação de atores e música (inesquecível ,Giachinno). Se pensarmos bem, eles falaram mesmo de procura, de encontrar um lugar ou alguém ao qual se pertença de verdade e nisso os personagens são profícuos e incrivelmente verdadeiros.
E o que vai ficar é isso, tudo de bom que nos proporcionaram , os episódios inesquecíveis, o engenho , a inteligência dos criadores, a sensibilidade dos atores, o cuidado e o esmero com que tudo foi feito.
Também a mim eles libertaram , não tenho mais perguntas, não tenho mais dúvidas, entendo o que quiseram fazer e me sinto grato, a conclusão que tiro e que vem como uma revelação é que a série toda girou em torno do AMOR, a história contada e o envolvimento criado ,por todos que viveram isso, do lado de lá e do lado de cá das câmeras.
Lost fica, como ficou Jornada nas Estrelas (com suas 3 temporadas), se depender de mim, guardada em um cantinho bem especial dentro do coração e da mente.

p.s. Se vc achou meu comentário muito emotivo, você tem uma opção (culpe ou agradeça à Lost... Nos vemos em outra vida, Brotha...)

domingo, 9 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas











Dica 13
Filme.: Alice no País das Maravilhas
Diretor.: Tim Burton
Elenco.: Mia Wasikowska, Helena Bonham Carter, Christopher Lee, Michael Sheen e Johnny Depp.


Resumo do Roteiro.:
Burton nos mostra a sua visão de Alice,combinando enredos de outros livros que não o original, assim como compilando personagens juntamente à uma Alice crescida e “distorcida” como lhe é característico.


Comentário .: Tim Burton merece respeito, ele conseguiu algo raro e caro a um diretor de cinema,criou sua própria linguagem, ao ver um de seus filmes, logo se sabe que é ele o autor e não virou,nunca, uma caricatura de si mesmo como M. Night Shyamalan. A questão é, quando um diretor se preocupa mais com seu estilo do que com o filme que quer fazer, aí pode haver problemas. Burton já conseguiu verdadeiras proezas como nos fazer crer ,por exemplo, que Bruce Wayne era baixinho e calvo e ,mesmo assim, tão sombrio como o seu antagonista Coringa. E aqui, o que acontece ? Ele se deixou seduzir pelo deslumbre visual, o que não é de todo mal, pois como cineasta competente que é , se utiliza bem das inovações tecnológicas e gera um resultado final bem sucedido, com escorregadelas discretas,mas, em cores vibrantes. A performance dos atores agrada,mas não surpreende, Depp ,como sempre, o alterego de Burton,surge bizarro e magnetizante, ajudado pelos truques de maquiagem e efeitos, mostrando que, é versátil e muito bom no que faz e por isso mesmo, sempre se espera algo mais dele. Bonham Carter se livra do estigma de ser mulher do diretor e se sai bem, porém, como uma praga que se acomete sobre as produções de Hollywood (e nas mais caras o que é pior), o calcanhar de Aquiles das interpretações é ,exatamente, na protagonista Mia Wasikowska, boa atriz, como pode se ver na série In Treatment, aqui, se mostra perdida, talvez querendo preservar algo do livro e ,ainda assim inovar no filme, já que a personagem cresceu (outra bobagem que só existe por que Burton precisa ,sempre, olha aí o problema do estilo!, demonstrar a inadequação de seus personagens ao mundo em que vivem, vide Edward Mãos de Tesoura). Por fim, ele comete um erro imperdoável, em alguns momentos, o filme entedia e aborrece e nem mesmo o tratamento 3D pós produção (inaceitável, como diz Cameron, se vai fazer, faz logo em 3D), não consegue salvar o conjunto da obra.


Finalmentes.:
Nós que aqui estamos, por vós esperamos, Tim...rs Na próxima ele vai se sair melhor, Tim Burton está no time dos grandes e eles sempre nos surpreendem.Espero que tenham gostado da crítica, os novos e os antigos seguidores, não precisa postar comentários...(eliminamos,de vez, essa prática...rs)
Se gostaram ,voltem!

sábado, 13 de março de 2010

Guerra ao Terror

Dica 11
Filme.: Guerra ao Terror
Diretor.: Kathryn Bigelow
Elenco.: Jeremy Renner, Guy Pearce, David Morse, Ralph Fiennes

Resumo do Roteiro.:
Um esquadrão do exército americano especializado em desarme de explosivos é acompanhado em seus últimos dias de conflito no Iraque.

Comentário .:
O filme retrata a rotina de uma equipe especializada em desarmar bombas e os conflitos existentes entre os componentes deste time e sua relação com a guerra. O roteiro é muito bom, nele Mark Boal descreve com muito realismo e precisão os momentos mais tensos que se possa imaginar em um contexto tão complexo e triste, talvez o pior criado pelo homem, além disso, consegue expor a fragilidade dos americanos e o estado de confusão em que se encontram e acerta na composição dos personagens, como, por exemplo, no sargento James, um homem que não entende a vida normal, familiar e acha que a felicidade se traduz em fazer o que sabe melhor, no caso dele, desarmar bombas (Renner, perfeito).
Ele luta ao mesmo tempo para conservar e anular a humanidade que existe dentro dele, sendo que o que poderia parecer incompreensível, se mostra muito simples e direto aqui. A guerra mata homens, alguns literalmente e outros na sua essência. Tem ainda o sargento durão que teme morrer sem conhecer a paternidade e o soldado paranóico que se desespera com a proximidade da morte iminente.
A direção também é inteligente, conduzindo a narrativa como se fosse um documentário, com a câmera nervosa, sempre em movimento e explorando as situações mais tensas existentes na história.É interessante assistir a tudo e pensar que nesse exato momento, existem centenas de grupos trabalhando exatamente daquela maneira e sofrendo os horrores de uma guerra covarde e traiçoeira.
Outro acerto são as participações especiais todas muito inspiradas, valendo ressaltar a de Fiennes e Lilly, além do tom incrivelmente realista, honesto que Bigelow traz para a tela.
É justa a quantidade de Oscar recebida? Bem, se pensarmos objetivamente muitos já fizeram esse filme, basta citar, Platoon, Apocalypse Now e O resgate do soldado Ryan, porém, ninguém tinha focado a Guerra do Iraque de maneira definitiva como é feito em Guerra ao Terror, é um tema importante e necessário, mas muito do seu sucesso, além de ser um bom filme ,claro, deve-se ao baixo nível de seus concorrentes (diferentemente do ano passado que havia vários bons candidatos como O Lutador, Benjamim Button e o próprio vencedor Quem quer ser um Milionário?) e também ao lobby que os filmes independentes têm recebido naturalmente em Hollywood, o que não deixa de ser louvável considerando-se que concorrem com filmes de orçamento indecente.

Finalmentes.:
É um filme bem real, para quem gosta de ver a verdadeira guerra, principalmente a que se trava hoje em dia, está em pauta, já que é o grande vencedor do Oscar, prende o espectador do início ao fim, o que não é pouca coisa e mostra como o americano se enxerga de uma forma franca e sem patriotadas. É bom cinema ,de qualidade e muita inteligência.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sherlock Holmes










Dica 10

Filme.: Sherlock Holmes
Diretor.: Guy Ritchie
Elenco.: Robert Downey Jr, Jude Law, Rachel MacAdams

Resumo do Roteiro.:
O famoso e lendário personagem de Conan Doyle se vê em meio a uma trama macabra que envolve “magia”, assassinatos e planos de dominação da humanidade.

Comentário .:
Guy Ritchie ainda é um cineasta subestimado, um erro grave que deve ser corrigido com este filme onde ele prova ser capaz de uma proeza, modernizar uma figura antológica e até mesmo banalizada ao longo dos anos e fazer dela algo novo, inventivo e interessante utilizando um cinema moderno, uma edição caprichada e interpretações de alto nível.
E o mais interessante de tudo, conservando todas as características inerentes ao original, senão vejamos, estão lá o raciocínio lógico e a dedução aguçada de Holmes, seus vícios, cinismo, sarcasmo, o boxe e por que não dizer a sua arrogância e certeza de superioridade frente às ditas pessoas “normais” que ele tanto despreza, na verdade o que Ritchie e os roteiristas tão bem fizeram foi trazer à luz a personalidade de Sherlock com todas as suas nuances o que nem sempre é agradável.
Então Holmes ainda é atual? Bem nas mãos de um cineasta não tão talentoso seria fácil datar e entediar o espectador, porém Ritchie consegue tornar o mesmo interessante apenas focando nas características mais ,infelizmente, modernas de Holmes o que faz com que todos se identifiquem com ele e com sua neurose crônica, talvez Doyle tenha criado alguém bem à frente de seu tempo ,mesmo sem saber, o que não necessariamente é uma conclusão feliz.
Porém com sua edição errática, agilidade e realismo nas cenas de ação, inventividade nas sequências e interpretações sublimes por parte da dupla principal, o filme consegue prender e entreter,tudo em um ritmo intenso.
Com relação às interpretações, Law consegue tirar Watson das sombras, dá dignidade e personalidade ao papel e faz justiça à esse companheiro inseparável do maior detetive de todos e Downey Jr vem , mais uma vez provar o que já se sabe desde Chaplin, trata-se do maior ator de sua geração e retoma sua carreira ,infelizmente interrompida pela heroína, de forma definitiva e se já era um deleite vê-lo em Trovão Tropical e Homem de Ferro,agora então é imprescindível e impossível não se divertir com suas expressões, olhares e maneirismos.
O ponto baixo talvez seja o roteiro, o argumento não é nada original e a conclusão do mistério,ponto alto nos livros, aqui se mostra apenas um detalhe, excluindo o espectador, algo que Doyle não faria já que despertava em seus leitores o desejo de resolver os enigmas apresentados. O vilão de Strong é interessante,não só pelas citações que vão desde Nosferatu à Hitler, como também pela encarnação do mal em pessoa, um bom começo para Holmes antes de enfrentar aquele que seria seu eterno rival, citado no filme, o professor Moriarty o que desde já desperta interesse pela sequência.

Finalmentes.:
É um filme interessante que diverte e faz arte, homenageia um mito de maneira inteligente , modernizando o mesmo , se você gosta de ser envolvido em tramas e mistério, imaginar suspeitos e culpados, deveria ir e se você apenas gosta de bom cinema, também deveria.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

AMOR SEM ESCALAS







Dica 09
Filme.: Amor sem Escalas
Diretor.: Jason Reitman
Elenco.: Anna Kendrick, Danny McBride (Jim), Vera Farmiga, Melanie Lynskey (Julie Bingham), George Clooney (Ryan Bingham)

Resumo do Roteiro.:
Em plena crise americana, executivo ganha vida viajando pelos EUA, demitindo pessoas. Ele faz do seu trabalho uma filosofia de vida, exaltando a solidão e a auto-suficiência como meios legítimos e opções reais de felicidade.

Comentário .:
Jason Reitman é a prova viva da evolução das espécies, se o seu pai realizava comédias despretensiosas como “Caça-Fantasmas”, ele consegue ir mais além fazendo filmes sensíveis como “Juno” e este “Up in the air”, que nada tem a ver com o título “fuleiro”,não encontro palavra melhor, dado pelo distribuidor brasileiro. Não se trata de comédia romântica, muito pelo contrário, aqui Reitman revisita questões profundas como autoconhecimento, mudanças de vida e tomada de decisões que vão alterar para sempre a trajetória dos personagens.
Nada aqui é explícito, tudo é dito nas sutilezas, como por exemplo, na familiaridade com que o protagonista arruma malas ,no estranhamento do mesmo ao cogitar ter que voltar para “casa” algo que ele não conhece ou na palestra que não consegue ministrar por não acreditar mais no que ela prega .
Ryan Bingham realmente acredita que seu modo de vida é uma forma suprema de felicidade não se prendendo à nada ou a ninguém e se esquece de um pequeno detalhe, ele é humano e ao descobrir que por anos construiu uma armadilha para si próprio se vê irremediavelmente sem saída.
A interpretação de Clooney é sincera e honesta, ele consegue através de um simples olhar transmitir toda a melancolia desse homem que é obrigado a confrontar uma dura realidade, ao ver que tudo em que acredita não passa de uma mera ilusão criada por ele mesmo e repetida com tanta ênfase que se tornou sua única verdade. É incrivelmente triste, presenciar o exato momento em que ele se dá conta do grande abismo em que se encontra e de como foi infeliz em suas escolhas. Aqui Clooney abandona sua interpretação carismática, cheia de charme e maneirismos que o consagraram e resolve mostrar o quanto sabe atuar e o seu trabalho merece Oscar. Com esse papel ele garante um lugar cativo ao lado dos grandes como Hanks, Nicholson, Pacino e De Niro.
É interessante ver de perto o impacto da crise na vida dos americanos e como eles encaram de forma dramática a perda de status e poder aquisitivo como uma morte em vida.
São imperdíveis as cenas de demissão realizadas com uma crueza incomum. Vemos a consolidação de um futuro promissor para o jovem diretor e uma infinidade de grandes interpretações para o agora também “jovem” ator, pois nesse filme George Clooney se reinventa e corre riscos, saindo-se muito bem.
Vale também ver o trabalho de Farmiga a versão bem sucedida e real da utopia criada por Bingham ( e por ironia encarnado por uma mulher) representando o atual momento onde cada vez mais os homens são suplantados pela força feminina que expõem o fracasso masculino e sua derrota irreversível. O que pode ser interpretado na cena final, quando o protagonista se vê literalmente sem rumo e sem um lugar no mundo.

Finalmentes.:
É um filme que leva à reflexões mas sem ser chato, pelo contrário, há passagens engraçadas e a edição é ágil e interessante evitando qualquer tipo de tédio ou desinteresse. O diretor consegue fazer uma análise atual e pertinente sobre a vida que levamos e como cada pessoa encara as coisas de forma particular e única. Vá mas não espere final feliz, afinal como diria aquele “sumido” poeta cearense: “na vida tudo é muito diferente, na vida é muito pior....”

AVATAR








Dica 08
Filme.: Avatar
Diretor.: James Cameron
Elenco.: Sam Worthington, Zoe Saldana, Stephen Lang, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi, Joel Moore, CCH Pounder, Wes Studi, Laz Alonso, Dileep Rao e Sigourney Weaver.

Resumo do Roteiro.:
Em 2156 uma companhia explora o planeta Pandora buscando adquirir um metal agora precioso para a Terra e se utiliza de uma tecnologia que permite que humanos se passem por nativos com a intenção de agilizar o processo de extração do mineral.

Comentário .:
James Cameron já faz parte da história não só por “Titanic”, mas também por tantos outros filmes que ajudaram a moldar o que vemos hoje nas telonas. Assim , foi com ansiedade que aguardei seu novo projeto que prometia dentre outras coisas revolucionar a forma de se fazer e ver filmes. Além disso, os números de estréia já apontavam outro êxito deste que é um diretor já aclamado e premiado. Após ver “Avatar” o que posso dizer é que ele conseguiu acertar muito, mas não saiu ileso e também cometeu equívocos (na minha modesta opinião).
O maior dos acertos foi a concepção de Pandora, da riqueza do dialeto à diversidade da fauna e flora criadas. É divertido e inusitado a sua apresentação de animais que passam uma enorme veracidade e das plantas e flores tão belas quanto intrigantes em suas cores e formas originais e vibrantes.
Outra boa sacada foi a excelente utilização da performance capture, técnica que permite captar os movimentos dos atores e transmitir mais realismo à personagens digitais. Igualmente incríveis são a fotografia, música e efeitos especiais.A cereja do bolo é a confecção da película em 3D o que possibilita uma verdadeira viagem por esse mundo novo e fascinante.
Como nada é perfeito, Cameron tem seus deslizes e é quase inacreditável a escolha de um ator tão inexpressivo como Worthington para o papel de protagonista, ele é tão limitado que chega a comprometer o resultado final, talvez Cameron só perca nesse quesito (elenco) para Lucas em sua infeliz escolha de Hayden Christensen (onde anda ele mesmo, hein?) e seu Anakin Skywalker. A sorte do diretor foi escalar Zoe Saldana, ainda jovem atriz, mas já uma mestra na arte de interpretar e que consegue abrandar o estrago feito, pois sua personagem participa das principais seqüências.
Ainda no item casting, ele debocha da nossa paciência ao empurrar Michele Rodriguez no seu eterno papel de Ana Machadão, Ana Lucía (Lost) ou Mulher-Macho sim senhor, James Cameron deveria saber que milagre não acontece duas vezes, não é por que ele conseguiu que Dicaprio interpretasse que vai repetir o feito com outros “atores” cabeça de bagre (e no caso ele exagera no desafio, escolhendo os piores disponíveis).
Outra derrapada séria é no roteiro que deixa uma impressão de “dejávu” e é impossível não se lembrar de “Pocahontas”, “Dança com Lobos”, “O Último Imperador”, “Matrix” e até dos Smurfs...(rs)
As cenas de luta não empolgam e fica a sensação de que o filme é mais longo do que deveria. O final é previsível e não deixa qualquer gancho como em outras trilogias vide “O Senhor dos Anéis”.

Finalmentes.:
Apesar dos equívocos é impossível ignorar a qualidade do espetáculo e o mesmo vence pelo conjunto da obra, mas não entrega a tal “revolução” tão propalada, quem sabe no próximo. James Cameron é um homem de grandes feitos e filmes e não temos como negar que ele realizou um trabalho acima da média trazendo para o grande público o tipo de entretenimento mais moderno possível, esperemos que ele não aguarde 12 anos para lançar outro trabalho. Tenha paciência com os óculos 3D pois eles vão insistir em escorregar até a ponta do seu nariz, levar uma liga ou barbante não seria uma má idéia. É diversão garantida, mas é só isso (o que não é pouco nos dias de hoje).